segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Linhas Sinuosas

As vezes apenas quero falar, sem saber ao certo sobre o que, apenas deixar as palavras fluirem de mim, como se houvesse um corpo estranho dentro do meu corpo expelido dolorosamente em forma de palavras... em linhas sinuosas que desnudam meus sentimentos...
É incrivel a forma que essas palavras dispersas de mim podem tomar, as vezes me surpreendo com os sentimentos que eu tenho em mim tão bem escondidos que sequer sabia da existência deles...
Sentimentos se misturam em uma gramática complexa, quase cifrada, meio encabulada, meio pervertida, e a regência segue a lógica completamente irracional do meu coração, imperfeito, mas perdidamente apaixonado...
Uma esquizofrenica sensação de desprendimento daquilo que um dia foi meu e que em palavras consegui descrever, nesse instante deixa de ser meu para tormar parte daquilo que de mim foi embora, daquilo que precisava urgentemente dividir, pra que não me dilacerasse....
Palavras que se perdem em linhas que não lembro de ter escrito, sentimentos que não são mais meus, são como ardilosos desejos que meu ego escondeu-me, dos quais me protegi e que quando sairam de mim, e tornaram-se um sussurro na voz incognita... que me descobre escondida de mim nas linhas sinuosas das minhas vontades que tantas e tantas vezes podem refletir os sonhos que vivem na caixinha escondida de quem dá som a eles...

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