Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade. Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam. Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.
*Martha Medeiros
>> Esse textinho o meu querido amigo B. lembrou de nós ao ler, somos dois seres desassossegados, imflamados, inquietos e que Amaaamm assim amores irreais e sublimes, esquecidos muitas vezes de nós mesmos, Martha é tão sensível em se tratando de enxergar as diferentes nuances de cada um de nós e mistura-las aos pedacinhos dela que divide tão lindamente conosco... Sim somos desassossegados... um desassossego angustiante aos olhos alheios a essa sensação de completa inquietude que muitas vezes é confundida com insanidade... preciso de muito, quero muito, mas não peço... espero que me seja dada e com a imensidão do meu desejo que não encontra retorno me torno uma eterna inconstante, mutante, "aguardante" (mais uma palavra inexistente?? meu léxico por horas é tão confuso quanto minha alma)
Oh desassossego de mim... me faça descansar no desalento de minhas palavras não proferidas, no retorno das proferidas e me delegue poderes mágicos de me acalantar em mim mesma sem buscar o abrigo do meu eu fora de mim..
B. meu companheiro de desassossego... <3
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